terça-feira, 29 de março de 2011

Ele não desiste, mas também não assumi

:: Rosana Braga ::

Já ouvi muitas mulheres reclamando da falta de postura dos homens. Sejam maridos, namorados ou apenas "rolos" (encontros casuais), elas pedem uma atitude mais assertiva e coerente, mas eles insistem em se fingirem de mortos.

Justiça seja feita, também existem mulheres que se comportam desta maneira. Ou seja, estamos falando de pessoas que simplesmente não se colocam! Não desistem, não vão embora, mas também não assumem e não se comprometem. Infelizmente, vão levando a vida assim, sem fazer escolhas, sem se entregarem sequer aos seus próprios sentimentos.

Bom lembrar que o silêncio e a ausência são as formas mais fáceis de se enlouquecer uma pessoa, porque ela fica sem referências, sem respostas, sentindo-se perdida em seus próprios pensamentos, sem ter uma negação ou uma confirmação. Portanto, trata-se de uma enorme covardia usar desta "arma" da comunicação para lidar com alguém a quem se ama, pelo menos supostamente. Duas pessoas precisam dialogar para se entenderem. Se isso não acontece, a tendência é que ao menos uma delas se sinta completamente sem norte!

E quem está nesta situação, tentando experimentar uma relação mais madura ou, pelo menos, mais clara, termina sem saber o que fazer, como agir e até onde cobrar. Na expectativa de que uma conversa ou uma decisão pessoal possa esclarecer quais são as verdadeiras intenções do outro, passam semanas, meses e até anos à espera de uma resposta. E quando, cansadas de tanto silêncio, tantas desculpas ou tantas contradições, pressionam de forma mais categórica e exigem um posicionamento, o outro geralmente reage - e bem mal!

Comumente, esses tipos se colocam no lugar de vítimas, acusando o outro de fazer pressão demais, de cobrar demais e de não ser compreensivo. Daí, aproveitam para justificar sua falta de postura baseando-se no momento caótico: o da gota d'água, quando já não se agüenta mais e parte-se para o extremos das acusações. E assim, como se realmente estivessem cheios de razão, são capazes de ir embora ou de simplesmente voltarem à inércia inicial após a crise, como se nada tivesse acontecido, deixando ao outro a impressão de que são, de fato, exagerados, loucos ou incompreensivos.

A questão é a seguinte: um relacionamento é composto por duas pessoas. Quando uma tem perguntas e a outra não quer dar respostas, ou quando uma assume o que sente e se compromete e a outra apenas vai levando, alguém terá de tomar uma decisão e, obviamente, vai sobrar para quem está em busca das respostas, para o mais maduro, para quem sabe o que quer para sua vida.

Se este é o seu caso, ou seja, se a pessoa com quem você se relaciona não desiste de você, mas também não assume o que quer, você mesmo terá de encontrar as respostas que deseja, nem que sejam as suas próprias. Isto é, se está cansado de esperar o posicionamento do outro, exausto de cobrar, de pressionar, de tentar conversar e ele continua feito uma estátua, fazendo-se de muda, cega e surda, prepare-se para algumas resoluções básicas.

Em primeiro lugar, comece a reforçar sua segurança. Ou melhor, dia após dia, passe a repetir para si mesmo o que você quer para seu futuro, o que espera de um relacionamento, o que pretende viver com a pessoa que estiver ao seu lado, supostamente compartilhando a vida.

Em seguida, mas somente quando se sentir seguro o bastante do que deseja, deixe bem claro ao outro que seu limite está chegando ao fim e de que, embora goste muito dele e queira muito manter essa relação, precisa da participação efetiva e contundente dele. Caso contrário, pretende desistir desta situação e tentar recomeçar.

Não se esqueça de falar direta e objetivamente sobre o que quer. Casar? Ter filhos? Usar aliança? Morar junto? Não sei... descubra exatamente o que você deseja e informe o outro, assumindo seus sonhos sem medo de parecer cafona ou antiquado. É sobre sua vida, seu futuro e sua felicidade que estamos falando e se nem você mesmo souber o que deseja, será difícil convencer o Universo de que você merece tudo isso!

Por fim, estabeleça um tempo-limite para que o outro se coloque, assuma ou desista categoricamente desta relação. Enfim, para que o deixe saber o que ele realmente pretende, sem ficar lhe enrolando indefinidamente e fazendo você perder tempo investindo neste encontro. Mas não precisa contar sobre esse limite para o outro. É uma decisão sua, que não deve ser compartilhada por uma razão óbvia: caso essa data chegue e você não se sinta pronto para colocar um ponto final nesta história, poderá estabelecer uma nova data limite. Isso evita que você fale e volte atrás, perdendo sua credibilidade e deixando o outro acreditar que você só promete que vai terminar, mas na hora "h", não cumpre.

E assim, consciente do que quer e se sentindo seguro quanto ao que merece da vida, assuma-se e pare de esperar pelas respostas do outro, que vem mostrando há tempos que não se importa com suas perguntas! A maior responsabilidade pela realização de seus desejos é, felizmente, sua! Portanto, faça acontecer!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Para refletir

...Saudade é amar um passado que ainda não passou,
É recusar um presente que nos machuca,
É não ver o futuro que nos convida...
PABLO NERUDA

Acredito.....

Atualmente vivemos um momento de grandes conflitos existenciais e questionamentos que nos levam ao adoecimento. Não nos damos conta da velocidade que esses sentimentos vão se desenrolando ao longo do tempo dentro de nós, nos perdendo no meio de tantos sentimentos que mal sabemos dizer o que é e no que vai dar. O melhor caminho é o auto conhecimento que fornece qualidade de vida e equilibrio para lidar com as adversidades da vida.
Dê o primeiro passo .

quinta-feira, 10 de março de 2011

Saudade por Miguel Falabela

Saudade Definição Perfeita
 
Em alguma outra vida, devemos ter feito algo de muito grave para sentirmos tanta saudade...
Trancar o dedo na porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie,pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, e ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã...
Saudade é basicamente não saber...
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos,
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento,
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música,
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche...
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você,
provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...
 
Esse texto foi uma contribuição de Wanda Monteiro. Saudades de ti Wandoca !!!! 
 

terça-feira, 8 de março de 2011

Saudade do que não fomos....

"Sinto saudades do que não fui. " Manoel de Barros 
Essa citação de Manoel de Barros diz tudo. 
Muitas vez vivemos o presente carregando o passado nas costas acreditando que chegaremos inteiros e melhores no futuro. Que ilusão a nossa ?!?!?! Não somos tão poderosos a esse ponto e isso nos incomoda. 
Temos a certeza do que fomos, o que fizemos, o que valeu a pena ou não e acabamos esquecendo das outras possibilidades que matamos ou esquecemos pelo caminho...
Sim, possibilidades que diariamente nos deparamos e escolhemos viver ou não;  por mais que muitas vezes vejamos somente um caminho, nossa vida é repleta de possibilidades as quais nem sempre sabemos que existe quanto mais vivencia-las.
Acredito que muita de nossas dores são geradas por essa saudade ... do que não se foi e não se quis saber como seria. 
Na realidade precisamos nos libertamos das algemas da impossibilidade, parar de sentir medo de viver com toda complexidade que essa palavra carrega. Saber que podemos ser melhores mesmo assumido nossas dificuldades,  medos, defeitos e limites.
Que a saudade pode ser um agradecimento ao nosso passado, a base para o presente e a possibilidade do futuro.